5 de novembro de 2012

Amigos




Por um momento eu pensei ser mais fácil não tê-los, que o afastamento seria muito mais fácil assim, mas logo em seguida pensei: como teria sido minha vida sem eles? Impossível imaginar o quão insignificante seria... Vocês sempre foram verdadeiramente minha segunda família, e nem preciso listar os nomes, pois quem é sabe muito bem, pois sempre demonstrei o quanto o amava, em palavras e atos também.
Pois é, viver sem vocês é tão, tão complicado... Não que nos reuníssemos todo mês, longe disso, pois a vida de adulto não nos permitia isso, mas com certeza qualquer minuto ao lado de vocês sempre bastou prá fazer minha vida milhões de vezes mais feliz, e somente vocês mesmo prá pensar no meu bem, e me apoiar nas mais diversas caminhadas.
Sinto muita falta, saudade que não cabe no peito, todo mundo sabe que prá mim, bens materiais são o de menos, as pessoas são e sempre serão a minha prioridade, porém, nesse momento da vida tivemos que buscar nossos objetivos, os quais vocês já estão cansados de saber, mas, jamais esqueçam o quanto me dói ficar longe!
Em breve nos reuniremos, em qualquer lugar do mundo, o importante é estar com vocês!

Amo-vos, forever and ever

1 de novembro de 2012

Três meses



Bem prá maioria pode parecer pouco tempo, mas acabamos de completar 3 meses de Québec, e prá nós é muito tempo rs, acho que o início é o mais complicado e tem um por que.

A primeira dificuldade como todo mundo já sabe é o idioma, por mais que tenhamos estudado no Brasil, na hora de tentar explicar alguma coisa mais detalhada, nooooossa é meio sufoco.

Depois vem à parte da grana, montar uma casa TODA pode parece legal, e é, mas a conta é bem salgada.

Então você vai começando a conhecer seu bairro, a cidade, os lugares prá sair, onde fazer as compras, e tudo vai se tornando novamente rotina, uma completamente diferente do Brasil, porém também rotina.

Aos poucos vamos começando a entender como são os Quebecois, e apesar de toda essa simpatia, e educação, eles são bem fechados, comparando com os cariocas então, nooooooooossa completamente fechados ahuauhuahuha, mas isso não quer dizer que vão te tratar mal ou nada do tipo, apenas que amizade, amizade de chamar na casa um do outro, é beeeem complicado.

Bem os serviços aqui são ótimos, sou sempre bem atendida, quase não se tem fila nos lugares, e quando você tem qualquer dúvida eles fazem de tudo prá te ajudar.

O clima apesar de ainda não ter chegado o inverno, a rotina de tira e coloca casaco já começou faz tempo, e desde que chegamos pegamos de 30 graus no verão a - 1 no outono, e pelo o que o pessoal fala, está sendo um outono atípico, bem quente. Até agora só passei frio uma única vez, pq coloquei somente um casaco (já apelidado de casaco de outono) com uma blusinha super fina por baixo, quando do nada a temperatura baixou prá 4, bem, minha culpa ahuauhahuuhauha, agora já aprendi e nunca mais saio de casa sem uma peça a mais de roupa, pois as temperaturas caem do nada, e numa dessas você se da mal. O outono é maravilhoso, nooooossa que espetáculo da natureza, nunca vi coisa mais linda! (foto)

Custo de vida: não estou achando alto, e as coisas são bem mais baratas, impossível resistir às tentações dos eletrônicos, e ainda sobrar prá pagar as dívidas que ficaram no Brasil kkkkkk

Segurança: aiiiiiiiiiiii que sonho, nem sei mais o que é ter medo de andar na rua, de pegar ônibus, de roubarem o celular, a galera usa notebook no ônibus, o que mais posso falar?

Carro: aqui é muito barato, mas vamos passar o primeiro inverno a pé, e sim sabemos que será tenso hauhahahuauh

Survivel job: é muito cansativo, pelo menos prá quem não tá acostumado, então já vou avisando ou poupa sua alma prá vir com grana, ou já vem sabendo que o trabalho é pauleira, se ganha muito bem, e realmente dá pra viver dignamente ganhando um salário mínimo aqui, porém mole não é, vai ralar muito, ficar em pé 7 horas praticamente direto todos dos dias, e dependendo do trabalho ainda carregando peso etc.

Marmita: aqui é um item obrigatório para todos os canadenses, a comida aqui é cara, no restaurante então, mais ainda, e fora que não se tem uma birosca aberta em cada esquina, logo quem não está acostumado a fazer comida no Brasil, vai penar um pouco, pois todo mundo leva marmita para o trabalho, nós fazíamos comida em casa, mas era um dia ou outro, pois geralmente no Brasil comíamos em restaurante perto do trabalho.

Informática: aqui realmente é um mercado bem aquecido, mesmo você não falando bem francês, uma hora você vai conseguir um trabalho, pois a demanda é alta, para as outras áreas seu francês tem que estar muito bom, fora às equivalências que algumas profissões exigem. My love está cada dia mais adorando o trabalho, sem stress, sem prazos malucos, tudo tranquilo e sereno, recebendo elogio e tudo #MeuOrgulho =D

Está valendo a pena? Super está, viver tudo isso que estamos passando não tem preço, e como sempre ouvi por ai, mesmo dando errado já deu certo, e realmente é assim que pensamos!
Nossa qualidade de vida melhorou muito, mas prá quem tem um alto padrão no Brasil, realmente se adaptar aqui é BEM complicado, se você morava em um bairro legal, em um apartamento legal, tinha empregada, não fazia comida, não fazia faxina, não lavava roupa, sinto te informar, mas você irá penar aqui, e com certeza vai querer voltar voado rs, mas prá nós que morávamos em um apê minúsculo, sem empregada, fazíamos nosso rango, arrumávamos nossa casa, então aqui realmente só melhorou, moramos em um ótimo bairro, em um condomínio super legal. Realmente vai depender muito de como você vivia no Brasil prá se adaptar rápido e fácil por aqui.

Ponto negativo
Saudade da família e dos amigos =(( muito difícil

24 de setembro de 2012

Quase 2 meses e vendo o Québec como ele é...


Bem o título parece meio desanimador, mas na verdade ele é prá ser realista. 
Nossa vida aqui está sendo muito boa, se comparando somente a qualidade de vida (Transito, violência, estresse etc.), mas na verdade não vivemos só disso... Não estou dizendo que não está valendo a pena, até porque nem tempo suficiente prá julgar algo tão grande temos ainda, mas sim posso dizer que aqui é um lugar legal, muito tranquilo, sem tumulto, mas as pessoas que estavam na nossa vida por mais de duas décadas não estão aqui, então pensa em um fds sem almoçar com seus pais, ficar dois meses sem sair com seus velhos amigos, tomar aquela cervejinha com o pessoal do trabalho, pois é tudo isso faz muita falta, ainda mais porque os Québecois apesar de serem um povo simpático, não são acolhedor, e muito menos gostam de se misturar com estrangeiros, bem não estou dizendo isso somente por nossa opinião, mas já conhecemos pessoas que estão aqui ha muitos anos e quase todas tem o mesmo discurso, claro que existem algumas exceções, e nós conhecemos várias delas no Brasil, como nossos professores da École, eles posso dizer que fazem parte dos 0,00001% dos quebecois, claro que isso pode não parecer grande coisa prá alguns, tem pessoas que acham que a integração é somente achar um bom emprego, estudar, ganhar dinheiro etc, mas nessa parte creio que é meio desanimador, principalmente no início quando você chega cheio de expectativas, aqui pelo o que tenho visto, o normal dos brasileiros é estar entre brasileiro ou outros imigrantes (e não, não é por comodismo), todos sabemos que somos um povo alegre, comunicativo que adora aprender sobre outras culturas enfim, até o próprio governo do Québec fala que gostam dos brasileiros pois não formamos guetos etc, mas a realidade é outra, e isso já é percebido no seu primeiro dia de trabalho, pois então eu consegui um job temporário em uma loja bem conhecida aqui, o trabalho em si não é grande coisa, porém paga dignamente, mas é MUITO cansativo, pelo menos prá mim, que não era acostumada a ficar em pé 7 horas quase que direto, mas enfim nem estou aqui prá reclamar, porque eu queria era money entrando e experiência canadense, mas o que me chamou atenção foi o comportamento deles, eu já tinha meio que noção de como era, pq my love já tinha me dito, claro que eu acreditei, mas quando passamos por isso sentimos na pele, pois então, lá só tinha Québecois, alguns mais simpáticos outros menos, mas até ai tudo bem, só que digamos que em uma equipe de 15 pessoas, somente uma te dar oi é no mínimo bizarro, e você sentar a mesa com todas e ninguém puxar papo é horrível hauhuahuahahua e no final do dia ninguém te dar tchau é de cortar os pulsos rs, mas assim no meio do trabalho eles até falam sobre os assuntos relacionados, alguns até faziam algumas poucas brincadeiras mas é tudo muito diferente, bem sobre o trabalho tinha gente de todas as idades, homens e mulheres, enfim bem diversificado. A segunda parte que achei estranha foi o fato de termos uns 5 coordenadores e somente um falar francês, e que na equipe somente alguns gatos pigados arriscavam algumas palavras em inglês, e eu era uma dessas (e olha que meu nível é meio ralé), bem tomei um baque neh, tudo bem os mais velhos, mas como esses jovens mal sabem inglês gente, é só atravessar a província ficar 6 meses e tu já sabe pelo menos se virar, sei lá, não sou de julgar, entendo que eles queiram proteger o francês mas é no mínimo de se pensar sobre o assunto, bem achei a galera meio cabeça fechada, não só por mal falarem comigo durante a semana, mas também pelo resto, entendo que é outra cultura, mas ficar fechado somente no mundinho quebecois deles é bem digamos que diferente, bem essa foi somente a minha primeira experiência, cada um tem uma, a do meu amor no primeiro cliente foi super difícil como a minha, e já no segundo cliente e atual está sendo bem legal, outro coisa bacana que percebi é que os mais velhos aqui são suuuuper gente boa, e eu vim achando o contrário, que os mais velhos seriam mais preconceituosos com os imigrantes e os jovens mais tranquilos, mas na verdade eles são os mais legais, interessados na nossa história, super divertidos, bem é isso, não quero desanimar ninguém e muito menos falar que essa é a verdade absoluta, até porque daqui a um ano posso chegar aqui e escrever que estou amando os quebecois e que fiz vários amigos rs, quem sabe do futuro neh rs, bem é só mesmo um relato de uma experiência e que caso alguém passe por isso, já está meio que avisado, e não vai se sentir muito mal se acontecer algo parecido.

Bem só prá complementar pois acho que algumas pessoas não entenderam direito, os quebecoises dão de 10 a 0 em simpática, educação, nos brasileiros, mas é mais em um primeiro momento, eles são mais reservados depois, e como alguns podem imaginar não é questão da língua, pois conheço uma francesa que está ha 7 anos aqui, inclusive já tá com sotaque daqui kkkkkk e tipo, não tem nenhum amigo quebecoise, os amigos delas são imigrantes de outras nacionalidades, claro que isso também vai depender da personalidade de cada um, alguns são mais tímidos, outros mais extrovertidos, mas sei lá, pelo o que tenho visto, poucos brasileiros possuem amigos mesmo (daquele de chamar prá ir em um restaurante, ou ir na casa de um ou de outro). 



31 de agosto de 2012

E a vida segue seu caminho

Bem a vida anda super tranquila, assim como a cidade, não tem muito como comparar, vida sem trânsito, sem medo de sofrer um assalto, sem tumulto, sem fila, mas por outro lado vemos que tem muita coisa atrasada, como por exemplo, o setor bancário...  Mas enfim não viemos prá cá prá ficar comparando neh, viemos por melhores oportunidades de trabalho e qualidade de vida, e isso aqui parece ter =D

Bem my baby está muito feliz no trabalho, está penando um pouco com o francês, e se adaptando ao estilo de programação daqui, e pelo o que estamos vendo, realmente aqui o setor de TI é muito próspero...

Já eu estou esperando começar a francisação parcial (sim a parcial, pois nosso processo de residente ainda não terminou, estamos somente com o visto de trabalho e o csq, sendo assim não posso cursar a francisação integral com direito a bolsa), final de setembro começam as aulas, e também estou procurando um "survival job", bem sobre isso posso falar que vagas têm aos montes, seja pela internet seja nos próprios estabelecimentos que colocam aviso de vagas, porém não quer dizer que eles estão desesperados por qualquer um, e muito menos que sua contratação será rápida. Já fiz algumas entrevistas para vagas completamente diferentes kkkkkkkk acredito que tenha ido bem, mas eu quero um trabalho em tempo parcial, e não tá parecendo tão fácil achar como eu esperava, e fora que o processo todo é muuuuuito lento, sempre precisa passar para outro setor, falar com não sei mais quem, eles mesmos avisam na hora que não é imediato, e que a seleção demora em torno de 2 a 3 semanas, pelo menos me dão parabéns pelo francês, e se espantam por eu estar somente há um mês #uhul, enfim também não estou desesperada, porque o dindin tá entrando #ThankGod , mas não vim prá Québec ser Madame neh rs...

Quanto à equivalência andei me informando, o total de gastos com o processo em si é em torno de 2000 CAD, fora as traduções que são BEM caras também, o tempo não tenho a mínima ideia, falaram que mudaram a forma da equivalência da fisioterapia, mas até agora não foi passado nada concreto, mas com certeza nãos era rápido, aliás, aqui nada parece ser rápido, eles são muito conservadores, e calmo, e como diz um amigo, são bem #slowmotion.




























OBS: Todas as informações passadas são baseadas em um contexto pessoal. Por favor, sempre certifique em uma fonte oficial, dados eventualmente disponibilizados neste blog.


21 de agosto de 2012

Novo Lar


Como disse no post passado estávamos atrás do nosso ape! E sim conseguimos aquele que mais gostamos nessa busca =D. Ficamos duas semanas na casa do nosso querido amigo, que foi um verdadeiro anjo nos dando estadia e de quebra várias dicas, o que foi ótimo, mas queríamos o nosso cantinho e não abusar da estadia. No final deu tudo certo, fechamos em um local legal, perto da Grande Allee e da Rene Levesque. 
Bem, como somos imigrantes, apesar de já ter um contrato de trabalho, nos exigiram 4 meses de aluguel adiantado (que, aliás, seria o primeiro mês e os 3 últimos, acho importante dar essa informação, pois alguns lugares pedem esses alugueis adiantados, e se não fosse os outros blogs mais antigos já terem postado sobre isso, nós não teríamos nos planejado já pensando nessa possibilidade).
Quando eu estava ainda no Brasil ficava pensando se seria fácil falar francês com os proprietários para alugar...bem não é tão fácil, mas nós nos forçamos a fazer isso sem ajuda de ninguém, claro que pegamos dicas e perguntamos muito sobre localização etc., mas nos forçamos a fazer o resto “alone”, por mais que sempre tenha pessoas queridas nos oferecendo ajuda achamos que não era legal depender de ninguém e dar trabalho e fora que era mais uma oportunidade de nos forçar a falar e nos virar no francês. No início tudo parece difícil, ligamos para várias pessoas para agendar um horário, algumas pessoas são mais pacientes, outras menos, umas mais gentis, outras nem tanto e acredito que seja assim em qualquer lugar do mundo. 
Passando essa etapa, fomos à busca de móveis e do resto das coisas para mobiliar o ape, essa parte foi dura, ainda mais prá quem era acostumado a fazer tudo de carro, você toma um pequeno choque carregando mil sacos (pesados), coisas e compras nas mãos a pé e de ônibus e pode até parecer tranquilo, mas não é fácil não, requer suor e nada de frescura! Nessas horas que agradecemos por chegar no verão, porque imagina tudo isso no inverno, tenso neh. O mais importante é que depois de bastante trabalho conseguimos resolver tudo, já colocamos internet (Videotron, pois é não arrisquei a Bell depois de tanto pesquisar nos blogs da vida, vimos que dava muita dor de cabeça, apesar dos preços e pacotes serem atrativos $$$).
Outras coisitas práticas:
- Dolorama realmente ajuda muito a vida do novo imigrante ahuahuahuhu tem de tudo lá.
- Future Shop, Best Buy e The Source, para eletronicos. 
- Canadian Tire, para ferramentas, aspirador, tinta, panelas, etc.
- Matelas Dauphin, para colchão e cama. (Uma de suas lojas tem queima de estoque direto)
Tem o Comptoir Emmaus que é uma loja de móveis e eletrodomésticos usados (possuem outras coisas também, se garimpar dar prá achar coisas de ótima qualidade a preços excelentes...muito bom).
Bem aqui em Québec não tem loja do Ikea, então dificulta um pouco, pois ou você compra pela internet sem olhar o produto, ou você vai até Montréal, então nós meio que deixamos como última opção, caso não encontrássemos algo por aqui na cidade de Québec.



OBS: Todas as informações passadas são baseadas em um contexto pessoal. Por favor, sempre certifique em uma fonte oficial, dados eventualmente disponibilizados neste blog.

2 de agosto de 2012

Primeiro post em terra Canadense



Bem gente a viagem foi tranquila pois dormimos 60% do tempo, por um lado foi bom ter tido uma semana tão atarefada, são muitas horas de voo seria complicado sem dormir... Uma de nossas malas se perdeu na viagem de Toronto para Québec, nossa fiquei surper preocupada, e já ali começamos a praticar nosso Francês ahuahahuhauha, deu tudo certo e no mesmo dia deixaram a mala na casa onde estávamos.
Nós fomos muito bem recebidos pelo clima em Québec, um domingão com solzão lindo e um amigo super show de bola, obrigada por tudo, e também por nos apresentar outras pessoas na cidade, logo que chegamos em casa já partimos para um churrasco de recepção na casa de outros brasileiros muito bacanas que nos deram dicas e nos ajudaram bastante... Que isso hein, não dá nem para acreditar que tínhamos saído do Brasil.
Assim que chegou a segunda feira começou a labuta, tirar o NAS e fazer um número de celular aqui. 
O NAS foi super. tranquilo, o celular penamos um pouco com o francês, mas também conseguimos sair da FIDO (a operadora mais recomendada pelos amigos) com os novos números de Québec.
Terça terminamos de abrir nossa conta no banco, quem precisar de dicas é só perguntar, e a tarde fomos ao Mieux-etre prá ver sobre a francisação parcial, essa infelizmente não conseguimos resolver, pois não tinha ninguém que pudesse fazer a minha inscrição no local, pretendo essa semana ainda voltar lá.
Na quarta começamos a saga dos apartamentos, ligamos para diversos números e conseguimos marcar 3 visitas para dar uma olhadinha. Gostamos de um e esperamos conseguir fechar esse. 
Bem sobre os apartamentos em Ville de Québec posso falar que existem algumas opções que, aliás, são bem parecidas com as do Rio, ou você fica mais perto do "centro" (e perto de várias linhas de ônibus) pagando mais caro por um ape menor, ou você fica mais afastado do "centro" em um ape maior e pagando relativamente menos. Entre essas opções você também pode escolher entre ficar em um prédio com mais comodidade (que tenha lavanderia etc) pagando mais, ou em um prédio menor. Bem gente claro que existem muitas exceções, estou falando só com base no que estamos presenciando nesse momento e nesse mês. A única coisa que eu vou falar é, fique em um local que tenha o maior número possível de linhas, pois aqui os horários dos ônibus são complicadinhos, têm alguns que passam de 30 em 30 min, outros de 55 em 55 min, outros de 10 em 10 min etc. Ou seja, se você fica em um local muito isolado com poucas linhas e no inicio sem carro, é SUPER complicado, estamos penando bastante com isso, andando demais, e quando perdemos um desses ônibus que demoram, é uma luta, lembrando que estamos no verão, mas imagina acontecer isso no inverno com -15 #tenso. Mas enfim, estamos adorando a cidade, calma, tranquila, limpinha, as pessoas são receptivas e pacientes mesmo com o nosso francês mais ou menos kkkk, hoje deu tempo de passear um pouco e conhecer alguns pontos, bem por enquanto é isso!!!!!!! Ahh mais uma coisa, assim que chegarem façam logo um número de celular aqui com internet, aqui se usa muito o google maps para saber quais ônibus pegar, e em qual horário ele vai passar, tem também um programinha que eu baixei do android o RTC mobile, que você coloca o número do ponto de ônibus que você está e ele mostra as linhas que passam e o horário também, alias esse nem precisa estar online!

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10 de julho de 2012

Uhulllllllllllllllllllll visto em mãos, finalmente!!!!!!!! 

Prá quem acha que o visto de trabalho é rápido, para algumas profissões realmente é super rápido, mas para a minha (analista programador) o visto de trabalho demorou aproximadamente 9 meses, sim quase um parto uhauhahuahuahuauhauh as regras mudam o tempo todo, a lista prioritária também, logo a duração do processo varia muito...

Então é isso gente, assim que pegamos o passaporte compramos as passagens, essa semana ainda saio do emprego (já estava tudo meio que avisado) e se tudo correr bem em agosto estamos em Québec,QC.

Ahhh e boa sorte para todos na nova missão de TI no Brasil, agarrem a chance como se fosse a última! (Informações aqui)

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29 de junho de 2012


Boa notícia para os amigos formados em fisioterapia, geologia e assistência social.

Essa notícia não é tão nova, porém eu não estava sabendo das mudanças no processo de equivalência da nossa profissão. Pois bem, ontem graças a um dos amigos virtuais desse mundão, foi me dada à notícia da mudança, aliás, aproveito para te agradecer, não vou colocar seu nome, pois não pedi autorização, mas sério muito obrigada pelo tempo, por tirar minhas dúvidas e por ajudar uma pessoa que você nunca viu na vida, é por essas e outras que sempre gostei do mundo dos blogs, gosto de ajudar as pessoas e retribuir toda ajuda que me foi dada.

Então vamos aos fatos, a ministra Kathleen Weil anunciou novas formar para facilitar o acesso dos imigrantes aos profissionais formados em fisioterapia, assistência social e geologia. Será feita uma concessão de apoio financeiro para três faculdades em Quebec a fim de facilitar o acesso dos imigrantes formados nessas três profissões.

Este financiamento é parte da vontade do governo de Quebec para facilitar o reconhecimento das qualificações dos candidatos formados no exterior. Nos próximos anos, as áreas abrangidas pelos acordos anunciados hoje vai experimentar as perspectivas de emprego favoráveis ​​​​em todo Quebec.

Ainda não sei exatamente como será a equivalência, mas pelo o que eu entendi será mais individual e provavelmente mais parecido com o processo dos enfermeiros, bem quem souber mais do processo fica a vontade para falar.

Para ler o texto completo da notícia clique aqui.

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26 de junho de 2012

Visto Permissão de Trabalho

Bem gente fiz um resuminho básico prá quem for pedir o visto de trabalho para o Canadá, mais precisamente para Québec.
Após o contrato assinado à própria empresa deu entrada no CAQ e na AMT (informações aqui), no nosso caso foi necessário esperar que esses documentos ficassem prontos e chegassem ao Brasil (dependendo da profissão pode demorar muito ou pouco para ficar pronto), e só então conseguimos dar entrada no pedido do visto através do VAC que é uma espécie de "despachante oficial" dos consulados canadenses.
Os documentos necessários estão no check list da própria página do vac (recomendo que pesquise lá, já que os formulários e documentos necessários estão sempre mudando...)


Abaixo uma listinha do que enviamos:
- Cópia do Contrato de Trabalho
- AMT
- CAQ (Certificat d’acceptation du Québec)
- Cópia dos Diplomas
- Pedido de Permissão de trabalho IMM 1295 (Cada membro da família deve preencher um formulário separado e individual)
- Questionário de Informações Adicionais preenchido e assinado. (Apenas um questionário adicional deverá ser preenchido por família)
- Declaração de União Estável prá quem não for casado - IMM 5409 ( na parte do representante, falaram para levar no cartório aonde foi feita a declaração e pedir para assinarem).
- Uma cópia de carteira da Carteira de Identidade (ambos os lados).
- Duas fotografias recentes, 3cm x 5cm, do requerente principal e de cada acompanhante.
- Passaporte ou documento de viagem válido. Caso possua, queira apresentar passaportes anteriores.
- Prova de que você possui recursos disponíveis e suficientes para se manter no Canadá. (Por exemplo: último imposto de renda com o recibo de entrega, os três últimos holerites, contrato social e extratos bancários.)

- Formulário de consentimento do vac preenchido e assinado para apresentar a sua aplicação mediante o VAC.
- A taxa para os serviços no vac (Paga na hora, R$70,00 por pessoa),
- Comprovante da Taxa do processamento de visto (paga somente no HSBC,  R$270,00 para cada um, não sei quanto é no caso dos filhos). 


Junta toda a papelada e leva para o vac, que aliás, possui estacionamento! 
Depois é só acompanhar o processo na página do vac e esperar a solicitação de novos documentos (antecedentes criminais, e o pedido do exame médico).

Fizemos o exame médico na clínica do Dr. Alexandre Buescu em Botafogo (Rua Barao de Lucena, 48-2° andar, Sala 7, lá também possui estacionamento, tel 2527-3477);
Ele passou exame de sangue e urina e radiografias (fizemos tudo pelo plano), as radiografias fizemos na clínica Ultra Rad (Rua Siqueira Campos, 53 / 304 tel 2255-0175/ 2255-0145 possui estacionamento), e o exame de sangue e urina fizemos no Sérgio Franco praticamente ao lado (R. Siqueira Campos, 59 tel 2672-7070) 
Fizemos tudo no mesmo dia. A consulta com o médico custa R$200,00 por pessoa fora a taxa do fedex. (o médico envia direto para Ottawa), e só nos resta aguardar o tão sonhado visto.


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28 de maio de 2012

Chegou o CAQ

Bem finalmente recebemos o CAQ!!!! Depois de muita demora resolvemos pedir uma segunda via, pois a primeira até agora não chegou e não sabemos se irá chegar. Então gente, caso a empresa de vocês não mande por correio rápido, peça que pelo menos envie com número de rastreamento...é mais seguro e pelo visto mais rápido. No nosso curso os professores do Québec falaram que já deixaram de receber várias cartas aqui no Brasil, então acho que o nosso correio é pouco confiável.
A notícia boa é que a segunda via chegou em duas semanas \o/ e no dia seguinte (25/05) já demos entrada no VAC.
Qualquer dúvida é só entrar no site deles. Não percam tempo e dinheiro com despachante, pois ele também precisará enviar para lá. Lembrando que o VAC é conveniado com o Consulado, ou seja, é recomendável. Segue o link: https://www.csc-cvac.com/pt-BR/selfservice/cvac_welcome
E no próprio site do vac tem vários checklist de documentos para cada caso, e custa R$70,00 por pessoa.
OBS: O vac não faz processo o processo de imigração, somente visto de turismo, trabalho e estudante.

30 de março de 2012

"A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe."
Hoje foi um dia um pouco complicado prá mim, aliando todo nosso nervosismo com os processos, junto com a insegurança do futuro, a saudade que teremos, ainda temos que lidar com pessoas pessimistas, que parecem possuir o prazer de te colocar prá baixo, e o pior a troco de nada, sério não consigo entender, ou melhor, após ler esse texto, eu entendi um pouco:
A principal razão da inveja reside num sentimento de incapacidade de viver seus próprios sonhos, de alcançar metas, de realizar-se. Quando carrego dentro de mim, a sensação de capacidade, eu gosto de ouvir de um amigo que ele fez a “volta ao mundo”. ‘Quem bom!’ Significa que é possível dar a “volta ao mundo” no sentido de realizar sonhos. Ou seja, reforça ainda mais a minha sensação de que eu também vou conseguir me realizar.
A sensação de incapacidade, ao contrário, faz ter inveja, ou seja, querer destruir aquilo. ‘Que bobagem dar a “volta ao mundo”! Quanto gastou?!’ Se não consigo realizar meus sonhos, ninguém consegue.
Muitas vezes a sensação de incapacidade, matriz da inveja, se deve a escolha inadequada de metas, a desejar algo que não está no alcance do indivíduo. Não valorizar as coisas que estão ao seu alcance. As coisas que estão a sua volta também são boas.
A inveja consome o invejoso, porque acaba abandonando a própria vida, preocupando com o valor do outro e não com o seu valor. Ou seja, em vez de se construir, perde o tempo destruindo.
Jorge Alberto Salton


OBS: Todas as informações passadas são baseadas em um contexto pessoal. Por favor, sempre certifique em uma fonte oficial, dados eventualmente disponibilizados neste blog.

8 de março de 2012

CSQ – Relato da entrevista

Ontem fizemos a entrevista para o CSQ, ficamos na casa de uma amiga em Perdizes que é relativamente longe, pois a maioria das pessoas fica em hotéis próximos ao BIQ, mas como nós queríamos economizar e ver nossa querida amiga carioca que está em Sampa, resolvemos ficar lá mesmo, de taxi para o BIQ deu uns 25 minutos, pegamos só um pouco de trânsito na ida, e na volta viemos super rápido.
Chegamos uma hora antes da entrevista que estava marcada para as 10:30, e pela nossa surpresa não nos deixaram subir, a menina que estava na recepção do prédio falou que só podíamos subir no máximo 15 minutos antes da entrevista (eu pensei: O QUE???) Nunca li sobre isso em nenhum blog) não entendemos nada mas ok, ficamos zanzando pelo quarteirão, achamos uma lanchonete tranquila e ficamos esperando, quando deu 10:15 em ponto estávamos lá, e ela nos deixou entrar ¬¬ , assim que chegamos no BIQ a menina que nos atendeu (foi mega simpática) ficou surpresa por chegamos só 15 minutos antes e que estava preocupada, então nós explicamos que chegamos um hora antes e não nos deixaram subir, ela disse que não tem nenhuma ordem sobre isso e que iria interfonar imediatamente prá reclamar, pois segundo ela muitas pessoas chegam até 2 horas antes com medo do transito e que lá tem ar, banheiro e água, sendo assim um lugar mais agradável para esperar.
Depois desse pequeno inconveniente estávamos na sala de espera vendo um clipe da Celine Dion e uma menina saiu de uma sala, estava bem feliz acho que passou =D, então o Monsieur Beauchesne nos chamou prá entrar, a primeira impressão que tivemos foi ótima, uma pessoa tranquila e amigável, e que falou um francês MUITO pausado, bem tranquilo para entender...
A entrevista começou com ele nos pedindo os documentos, gente essa é uma parte que as pessoas não dão muito valor, e já pulam para saber quais foram as perguntas então #fikdik, levem para cada item o máximo de comprovação que tiverem, (lá no BIQ, ouvi que muitas pessoas foram reprovadas) nós nunca vemos relatos em blogs sobre reprovação na entrevista, então fiquem atentos, pois sim MUITAS pessoas são reprovadas e são esses os motivos mais frequentes: a documentação, o francês não estar no nível que foi colocado, não se mostrar com vontade e conhecer sobre a província e cidades do Québec).
Voltando para entrevista, o Monsieur Beauchesne leu tintin por tintin nossos documentos, e se mostrava querendo mais e mais, como pecamos pelo excesso levamos vários #UFA. Depois dessa fase vieram as perguntas...
Perguntou sobre o emprego que tinha conseguido na missão de TI, perguntou quantas entrevistas fez na missão, perguntou sobre Ville de Québec, e concluiu dizendo que íamos trocar uma cidade linda (Rio) por outra linda. Depois perguntou sobre a viagem para Québec, nessa hora eu disse que não fui, pois tinha quebrado o pé =/, depois se dirigiu só para o meu amor e perguntou se tinha gostado, quais cidades visitou e quanto tempo ficou. Ele me viu super nervosa pois quase não estava falando nada e disse para eu me acalmar, que nós tínhamos uma ótima pontuação e tal, mesmo assim não me acalmei (pensei: até ele imprimir o CSQ não tem nada que me deixe calma kkkk).
Depois falou sobre nossas profissões se gostava da área de informática, e perguntou algo finalmente prá mim, se eu sabia o que teria que fazer sobre a validação em fisio, e o que eu faria durante a equivalência. Depois fez algumas questões sobre nossa vida aqui no Brasil, se era difícil em termos profissionais e pessoais... Fez algumas questões bem básicas em inglês (nosso nível é básico), quantos irmãos possuímos, há quanto tempo vivemos no Rio.
Concluiu a entrevista falando que éramos ótimos candidatos e disse da importância em continuar estudando o Francês, mesmo em caso de já ter um emprego e aprender muito em meio profissional, é fundamental para no futuro não ficarmos limitados. Imprimiu nosso CSQ explicou sobre o processo federal e nos deu boa sorte =D.
OBS: ele nem olhou o Dossier que fizemos, mas aconselho a todos levarem o máximo de coisas que puderem, é melhor prevenir neh \o/

Quero agradecer aos professores da École Québec, não podemos também esquecer do Antônio, e da Kely que deu a primeira aula de francês no cursinho licom da uerj. E aos amigos de jornada que sempre nos deram força!!! =)

Pessoal que ainda vai fazer, fiquem calmos, se preparem o máximo que puderem não deixem para a última hora, tragam muitos documentos de comprovação e boa sorte para todos =)


OBS: Todas as informações passadas são baseadas em um contexto pessoal. Por favor, sempre certifique em uma fonte oficial, dados eventualmente disponibilizados neste blog.

25 de fevereiro de 2012

Permis de travail / Work permit


Como todos já sabem estamos no meio do processo para o visto de trabalho temporário, andei pesquisando algumas informações e resolvi fazer um pequeno resumo do que eu entendi até agora, quem tiver mais algumas informações ou quiser fazer alguma correção, por favor fique à vontade.

Em determinados casos a empresa a qual te ofereceu um contrato de trabalho necessita entrar em contato com o órgão do governo responsável pelo controle do mercado de trabalho canadense (HRSDC) e conseguir uma autorização para contratar um estrangeiro.
O HRSDC vai fazer então um procedimento chamado LMO (Labour Market Opinion) ou AMT (avis sur le marché du travail), eles vão verificar diversos fatores dentre eles se:
-A oferta de emprego é genuína;
-Os salários e condições de trabalho são compatíveis ​​as oferecidos aos canadenses que trabalham nesta profissão;
-Os empregadores têm feito esforços razoáveis ​​para contratar ou treinar os canadenses para o cargo que ocupam;
-O trabalhador estrangeiro está preenchendo a falta de trabalho;
-O trabalhador estrangeiro vai criar diretamente novas oportunidades de emprego ou para permitir que os canadenses a manter os seus empregos;
-O trabalhador estrangeiro vai transferir novas competências e conhecimentos para os canadenses;
-O trabalhador estrangeiro não afetará uma disputa trabalhista ou o emprego de qualquer trabalhador canadense envolvido em um conflito.

OBS: Em outros casos a empresa contratante não necessita solicitar a AMT, e o visto poderá ser emitido quase que imediatamente, já que não existe tempo de espera entre a oferta de trabalho e os trâmites para a obtenção do AMT/LMO.

Após a AMT as pessoas que irão trabalhar na província de Québec necessitam também do CAQ (Certificat d’acceptation du Québec).

No meu caso preciso da AMT, e como a vaga é para Québec também preciso do CAQ, enfim tudo está sendo feito pela empresa, espero receber logo toda documentação, pois após tudo isso ainda precisamos dar entrada nos vistos no consulado em São Paulo (assunto para outro post).


Os prazos de todo o processo (AMT + CAQ + VISTO) são relativamente longos (3 a 5 meses), mas temos que ter calma, tudo tem seu tempo para acontecer...

OBS: Todas as informações passadas são baseadas em um contexto pessoal. Por favor, sempre certifique em uma fonte oficial, dados eventualmente disponibilizados neste blog.

31 de janeiro de 2012

Convocação para entrevista!!!!!


Uhuuullll!!!!


Não estamos acreditamos que chegou nossa convocação, já estávamos imaginando ter que continuar nosso processo em Québec, ou até precisar voltar ao Brasil somente para fazer a entrevista. (Prá quem não sabe, nós iremos antes de concluir o processo federal, pois conseguimos um visto de trabalho temporário) Aliás, o visto de trabalho que achávamos ser bem rápido, está se mostrando bem demorado, mas, depois dessa convocação para o CSQ em março, acho que será o tempo de ficar pronto o visto de trabalho, enfim nada é atoa nessa vida.
Bem gente só passei para comentar esse fato, #muitofeliz =)
Agora é preparar 'dossier', arrumar as passagens, e sobre a estadia já falei com as amigues paulistas ahahuhauhua sim sim, temos que economizar o máximo!

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4 de janeiro de 2012

Como a classe média alta brasileira é escrava do “alto padrão” dos supérfluos


Adriana Setti
No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.
Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.
Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.
Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.
Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.
Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.
Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves, tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).
Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.
Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.
Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).
É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte dosavoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.
PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

Ótimo artigo


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